quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013





SALA DE ESPELHOS 

Rosto a rosto e uma suposição de medo 
Pairam no ar feições de espanto 
Pobres são entre tantos... 
Ao velar promessas e morrer no engano. 

O pé que firma a terra tropeça tanto 
Já não se ver esperança em todo canto 
Unhas roídas não aliviam mais 
Se perder o rumo se perde a paz. 

Encaro-me em qualquer cristal 
Nunca me vi tão pouco nesses olhos meus. 
O espelho sarcástico convence-me que sou eu. 

Viro, reviro-me. Distorço-me por inteiro 
Para onde eu olho vejo um grande vazio. 
Sou só um tolo que não se engana mais... 


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013





QUEDA LIVRE 

Eu já não durmo a tanto tempo 
Que perco o sono perdendo tempo 
E perco tempo perdendo o sono 
E só me perco perdendo-me.

Eu só queria um prédio alto 
Que eu caia sempre sem que me perca 
Que seja sempre uma queda livre 
Um sempre livre sem que eu me prenda. 

Eu só queria uma queda longa 
Enquanto vejo tudo sem pressa 
- Assim tão fundo, ver o que resta. 

Eu já não tenho mais tanta pressa 
Cair tão alto não me aflige. 
Eu só queria uma noite, uma queda livre! 


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013






AOS SINOS QUE ROMPEM O SILÊNCIO

Não me importei em gritar mais alto.
Não se importou em também gritar
O arrependimento agora tarde
Tarde foi sempre o nosso olhar.

O vazio cognitivo do silêncio
O silêncio que preenchia o lugar.
Agora nos resta o medo...
_ O medo na nossa sala de star.

Depois de tudo, há calma...
Acalmasse todo o lugar.
E os sinos soam com o vento
Sinos na sala de estar!

Vento que veio de longe...
Beijou nossa face, mudou a razão.
A lágrima triste, que audaciosa surgia,
Foi-se com o vento, nem tocou o chão.

Os sinos que romperam o silêncio.
Que colocaram de volta os corações no lugar.
Por isso, um brinde aos sinos!
Os sinos da sala de estar!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013






POLITICA-MENTE

Infinitamente mente o que foi dito
Tão desigualmente mente sem igual
Mente antes sempre o prometido
Perdão perdidamente no final.

Juridicamente mente com maestria
Que inocentemente se envolveu
Sorrateiramente renuncia
Livre novamente no jornal.

Oportunamente muda o estado
Então desconhecido marginal
O povo sempre mudo nada muda
Assisti ao big brother nacional.