terça-feira, 21 de agosto de 2012


CONFLITIVO

Eu to sentindo que eu não posso mais
Mas minhas mãos não compreendem.
Se envolvem em danças,
Viram as costas se eu chamo.
A mente não entende, e vira tudo uma cilada.

Sou testemunha do meu crime.
Escrevo mais do que queria entender.
Entendo mais do que posso falar.

Talvez, caminho demarcado...
talvez, futuro naufrágio...
Sei que faço da vida velas
E o barco segue sem rumo.

E o que vão dizer dessas linhas tortas?
O que se vê da fresta da porta
É um samba de versos frouxo.
No dialeto nativo dos loucos.

Me embriago na loucura poética
Me cubro? sim. - Até o pescoço.
- Depois me cubro um pouco mais.
E no fosso pulsante dos tormento,
Contrariando o mundo, encontro paz...
Encontro paz...encontro paz (ao menos esse instante).

*DI SILVA

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

FINGIR 

Finjo não sentir o que desminto
Com os olhos.
Finjo desmentir o que lhe entrego 
Quando choro.

Eu, que de tanto fingir,
Me perdi na definição
Do que é mentir, sentir... Sorrir.

Finjo não me arrepiar
Te ouvindo chorar à vida.
Finjo indiferença enquanto
Te canto os olhos.

Eu, que de tanto forjar versos,
Finjo não entender
A beleza desses dias.

Finjo que finjo isso tudo
Com maestria.
Finjo que sou poeta,
Brinco de fazer poesia.
*Di silva