quinta-feira, 23 de outubro de 2014

DOCE AMADA LUA


DOCE AMADA LUA

A minha doce amada lua,
Que no céu arranca-me suspiro
Pudera eu, um dia em meus versos,
Poetizar em meu peito o teu sorriso.

Quem dera eu fosse como poetas de outrora
Ter a exatidão dos versos precisos
E em um só gesto, escrevendo no escuro,
Trazer-te teu rosto junto aos meus escritos.

Amo-te mesmo nessa distância errante,
Um amor urgente ao desconhecido astro.
Amo-te antes mesmo de sentir tua face.
Amo-te aqui e, em qualquer parte.

Espero que entenda esse poeta inútil
Que hoje ousa escrever-te versos
É que andei tanto tempo sem lua
Que minha ânsia em tê-la é incurável.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

INSÔNIA, SONHO E FRIO


INSÔNIA, SONHO E FRIO

Para onde vão os sonhos que eu não tive,
Que se perdem na insônia amiúde.
Em que mar se afoga meus desejos,
Todos meus sonhos que não pude?

Será que vão dançar ao vento?
Sonhos que se dissolvem no tempo,
Sonhos de um desejo qualquer...
Sonhos de rima e de fé.

Assisto ao filme em preto e branco
No teto do quarto vazio.
Nele às lembranças se perdem...

Na fuga do sonho, surge o frio.
Às expectativas se rendem
Sem sono, sem sonho e com frio.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014


A VOZ QUE QUEBRA O SILÊNCIO DA ANGÚSTIA

Silêncio, silêncio, silêncio!
Sua voz ultrapassa as paredes,
Invade meu peito. Mágica...
Dance em meus ouvidos, dance?
Olho perplexo a lua, doce lua.
Um sentimento renovador, silêncio!
Onde mora o vento?
Onde mora você?
Tenho me perdido no tempo,
Preenchendo-me de vazios,
Andando por vales escuros e tristes,
Onde sua voz não podia chegar.
E essa minha alma interiorana
Que observava tudo de soslaio,
Hoje fez festa ao ouvir-te ao longe...
Silêncio, silêncio, silêncio!
Grito pedindo silêncio,
Na floresta fria de minhas angústias:
- Silêncio, silêncio... Ela vai...
... E a lua sorrir por ouvir-te falar!


sexta-feira, 3 de outubro de 2014


ANALGÉSICO

Amansar gritos d´alma
Com sinfonias que espancam
A tortuosa angustia
Do meu coração em silêncio.

Encurtar braços sedentos
Endireitar passos em laços
Cobrir feridas em algodão.

Parar o tempo na hora errada
Perder-me onde me encontro
Adoçar a saliva do beijo
Que ficou abandonado sem canto
No canto calou-se o encanto.

Muda para o outro lado da rua,
quase que muda.
Mas não tira os olhos da lua,
quase que nua.