terça-feira, 8 de outubro de 2013

SOU VOCÊ ATÉ O IMPOSSÍVEL

O que eu faço para afastar-te de mim em meus reflexos
Não sonhar seus lábios tão intrometidamente sem reflexo.
São ilusões sem planos tão assim, desfeitos e sem progressão.
Fúria que atrai o mundo que desola o que é perplexo.

Não posso mudar-me do que sou eu em esse filme curto
Afastar-me da desilusão de ser o seu reflexo em plano reto.
Se hoje te guardo nos segredos bem mais secretos
É por que me julguei além dos seus retrocessos.

Mas serei sem ti a fúria curta e sem volta curta e humana,
No mundo da deselegância fria que se equilibra dentre tantas.
Haverá em meu quarto um quadro seu em sintonia
Ao desarrumado das estantes desses meus dias.

Não me cabe julgar-me, assim, perdedor.
Sei que a fúria dos anjos vele-me mais do que às ondas da dor.
Então, desta fúria sem regressos e sem glamour,
Posso gravar-te em mim sem mais desânimo e sem pudor!


domingo, 6 de outubro de 2013



SOL QUE PARTE

Falta pouco. O sol já vem.
A noite foi longa, outra vez.
Você jura que volta amanhã
Amanhã não sei se te espero.

Falta pouco. O sol já vem.
Obrigado pela nossa conversa!
O seu silêncio amaciou minha alma.
Agora me sinto rio sem pressa.

E assim, corações se separam.
Mesmo com a mesma angustia
Mesmo com a urgência do afago.

Você foi cedo, antes do sol.
Então pude perceber,
Que o sol era...

E ESSE ÔNIBUS QUE NÃO PASSA

Fumaça, tédio, poeira e calçada esburacada. Conversas sem sentido, compostas de meias palavras. Falta de interesse latente em assuntos sobre o tempo. O ônibus não passa e, me sinto fora desse enredo.
    Buzinas pelo engarrafamento, buzinas pela rapidez, buzinas pelo sol batendo. São todas buzinas pela estupidez. O ônibus não passa e eu continuo mudo. Tentando passar despercebido ao contrário do ônibus tão esperado. Ventania forte que me cegam os olhos, tão pouco consigo enxergar o ônibus, que não passa. Essa agonia me consome, fico irritado... Acendo o último cigarro com uma súbita esperança de me acalmar-me nesse mar irritante, que é a espera do ônibus...
    Uma música começa a tocar, em um carro parado no posto de gasolina, que fica atrás do ponto. De repente um arrepio me toma, sinto meu coração palpitar, como se fosse pular de mim e fugir para dançar sapateado com algum palhaço. Boca seca, calafrio... – Meu Deus!!! Vou morrer aqui e esse ônibus não passa... Começo a entrar em pânico, quando por fim, reconheço a música. Era simplesmente a sua canção preferida, Então percebo que o maior problema, não é o ônibus que não passa, e sim essa saudade sem fim da sua inquietude que aquieta essa inquietude que existe em mim.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013



FLORES GUARDADAS

As flores que não lhe entreguei
Tinha segredos que mantive
Eram versos escritos em pétalas
Lembranças suas que mantive.

São segredos que não partiram em cartas
Versos ocultos para um dia qualquer
Poesias que calam minhas falas
Amor eterno a uma única mulher.

AS flores que não lhe entreguei
Que no chão ao relento deixei
Tinham marcas de vinho ainda em rolhas
Havia sonhos cravados em folhas.

Eram rosas colhidas a mão
No jardim que cultivei esperança
Não lhe entreguei minha última súplica

Por que queria guardar a última esperança.