quinta-feira, 31 de agosto de 2017

AINDA ESTOU AQUI

Desequilibra-se na proa,
O barco balança em dança
Quebrando as ondas e sons.
E o silêncio permanece
Num grito infinito
Nas águas sem fundo
Do mundo dos que
Não querem ouvir.

Existe um pouco de mar
Em cada garrafa de conhaque.
E um mar de soluço
Em meu terno amarrotado.
Sou simples súdito
Subserviente dócil.
Na magnitude solitária
Do meu próprio barco.

Mas trago papel.
Trago caneta, irmãos.
E vez ou outra uma estrela
Embriagada por um astro etílico,
Sopra de leve, lá do alto.
Alguns versos do acaso,
Que faz estupidamente parecer,
A minha pobre razão de existir.


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