FEBRE, CONHAQUE E
SOLIDÃO
É tanta volta, que
me revolta.
Sempre paro. Não
volto em nada.
- Esse mundo é uma
febre dolorosa
Numa sexta, de
chuva gelada.
Arrepio-me com a
brisa fria
Sopram seus olhos,
me levam suas falas.
- Estou sem ar,
com frio e sozinho.
Não vejo dragão.
Só vejo moinhos.
A minha cama – que
é um alcatraz,
Soletra-me fonemas
de guerra, sem paz.
No duelo em que a
febre quase me derrotou
Dói-me mais o
vazio que a poesia deixou.
Soam versos de
febre em delírio
Conhaque puro para
amenizar.
Minha poesia que é
quase um adeus,
Não desse mundo.
Mas dessa febre vulgar.
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