sexta-feira, 6 de setembro de 2013



FEBRE, CONHAQUE E SOLIDÃO

É tanta volta, que me revolta.
Sempre paro. Não volto em nada.
- Esse mundo é uma febre dolorosa
Numa sexta, de chuva gelada.

Arrepio-me com a brisa fria
Sopram seus olhos, me levam suas falas.
- Estou sem ar, com frio e sozinho.
Não vejo dragão. Só vejo moinhos.

A minha cama – que é um alcatraz,
Soletra-me fonemas de guerra, sem paz.
No duelo em que a febre quase me derrotou
Dói-me mais o vazio que a poesia deixou.

Soam versos de febre em delírio
Conhaque puro para amenizar.
Minha poesia que é quase um adeus,
Não desse mundo. Mas dessa febre vulgar.




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