INSÔNIA DO POETA
Respirou fundo. Da
caneta ao mundo.
Era só um silêncio
que persistia em cantar.
Cantou o mundo em
um minuto surdo
Vontade do balé em
pedregulhos que se recusa parar.
Das canelas
arranhadas de correr pelos becos
De quem lia
Drummond escondido no banheiro.
- Era só uma
vontade de rimar as dores.
De curar solidão
com versos sem flores.
Sigo firme com a
cabeça que não para.
Ainda tenho dramas
que dispensam falas.
- Se sonhos são
eternos como dizem os boatos
Porque permaneço
escrevendo acordado às 4?
Vago no abismo em
que meus sonhos se escodem
Vago no vagão
vazio onde se perdem os que não dormem.
Soa assim a lírica
clássica de qualquer poeta bêbado
No enredo dos
sonhos que não tive ao ficar acordado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário