quinta-feira, 26 de setembro de 2013



INSÔNIA DO POETA

Respirou fundo. Da caneta ao mundo.
Era só um silêncio que persistia em cantar.
Cantou o mundo em um minuto surdo
Vontade do balé em pedregulhos que se recusa parar.

Das canelas arranhadas de correr pelos becos
De quem lia Drummond escondido no banheiro.
- Era só uma vontade de rimar as dores.
De curar solidão com versos sem flores.

Sigo firme com a cabeça que não para.
Ainda tenho dramas que dispensam falas.
- Se sonhos são eternos como dizem os boatos
Porque permaneço escrevendo acordado às 4?

Vago no abismo em que meus sonhos se escodem
Vago no vagão vazio onde se perdem os que não dormem.
Soa assim a lírica clássica de qualquer poeta bêbado
No enredo dos sonhos que não tive ao ficar acordado.








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