A INCOMPREENSÃO DA
SAUDADE
Sabe sonho demais
com a saudade.
E, a saudade é
sentimento incompreendido.
Que nos mata ao amanhecer,
devora-nos...
Sonho demais com
seu sorriso preciso.
Preciso!
Preciso desta rima
imprecisa
Onde meus gestos
lhe chamam
No silêncio que me
és o seu canto.
Cante para mim o
teu mantra.
Derrama-me!
Derrama-me em tua
cama,
Sem pensar em teus
dramas.
Chama-me de poeta
tímido...
E desvenda meus
olhos calados.
Desvende-me!
Desvenda-me antes
que eu me devore,
Antes que o sol se
apavore de vez.
E deixe de esperar
pela lua.
Antes que eu me
venda em leilões.
Venda-me!
Venda-me ou, me
venda.
Nas vielas de Veneza,
de alguma Tereza,
Que chora o amor
tardio nas janelas...
Deixe-me!
Deixe-me nas
páginas rasgadas,
Entre o meio do
livro e a palavra grifada.
Serei os versos na
porta do banheiro,
Escritos com o
batom da tua fala.
Seremos!
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