domingo, 7 de setembro de 2014


DIGA-ME QUE PENSA

Ah, minha humilde poetiza.
Que em suas cortinas escreve versos
E, em seu medo descreve o retrocesso,
Que há em minha poesia desenganada.

Diz-me na leveza de tuas falas
Que ainda saboreia o gosto do meu rosto
E que desmorona em seu sofá desprotegido,
À angústia dos meus versos em segredo.

Conte-me em choro ao pé do ouvido,
Que decora meus poemas escondida
Entre o armário das tuas coisas com sentido,
Ei de cravar minha voz em teu descanso.

Ei de morrer nos descasos dos seus braços
Alimentar à fúria dos seus medos.
E quando a lua, permanentemente nua ficar,
Ei de vesti-la com a seda dos meus desejos.

II

Há no mundo quem escreva versos para mim?
Quem na solidão de tua penumbra,
Ache graça no desajeitado rosto de silêncio,
Que veste roupas com a humildade do tempo?

Meus devaneios tatuam teu nome,
Em letras cursivas, com caprichos.
É quase uma utopia esperar-te na praça,
Onde nasceu seu encanto, partiu-se meu riso.

Use a quentura que aclamo em tua chama,
Para queimar-te os meus sorrisos em mente.
Assim, morro lentamente em tua porta.
Para que renasça em rios sem correntes.

Grite meu nome ao relento da escuridão,
Diga que sabe todos meus versos.
Assim, no desprovimento do mundo,
Eu possa surgir entrelinhas em seu coração.

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