quarta-feira, 7 de agosto de 2013



MEUS OLHOS

E os meus olhos agora se fecham.
Não lhe acompanha o valsar dos ventos.
Mesmo com pálpebras enfeitadas de você,
São olhos mudos sem versos a dizer.

Entretêm-se sozinhos ao desviar-se do horizonte.
São olhos mancos sob seus montes.
Olhos que só contam até três.
São só lamentos do inverno que fez.

Não tem histórias. Já se acomoda,
São outros olhos na sua cômoda.
Lacrimejam vermelhos. Marcam seu piso.
Olhos inúteis, não mais precisos.

E a piedade que tens de oferenda
Só velam os olhos e não os remedam.
São meus olhos frios e tão sem chamas
Que queimaste a rosa sobre tua cama.

São nossos olhos em duelo acirrado
- Mato meus olhos, ponho-os ao teu lado.
Neste seu mural de dores vencidas,
Ficarão os meus olhos e a minha partida!





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